sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Medianeras (2011)
Yasmin Farias19:38 0 comentários

                                



        Medianeras é um filme argentino de Gustavo Taretto que aborda a maneira como a tecnologia e a cidade influênciam cada vez mais nos hábitos humanos. O crescimento da cidadeo movimento da massa, a rotina "moderna" e o acúmulo de propagandas, tiram cada vez mais o espaço e o lugar de uma "bela janela", sobrando e destacando as medianeras. Medianera é uma palavra pouco conhecida porém com uma presença bastante comum na cidade, é o lado do edifício que deixa o morador sem comunicação com a sociedade.
        O filme faz uma alusão da construção das nossas vidas com a construção de prédios e o avanço da tecnologia, é uma maneira adequada de se pensar, o homem é um produto do meio, e o meio é um produto do homem, ambas as coisas estão ligadas, e não podem ser estudadas separadas como já observou Rousseau. Nossas vidas vão crescendo junto com a cidade, se ajustando ao meio, ao caos, a bagunça da vida moderna, vamos crescendo e nos adaptando a ela e como a ela. Em cada parte da História podemos notar que a sociedade cresce junto e a maneira de seu 'meio', a civilização é o conjuntos dos dois, homem e meio, e como se relacionam.
        Os celulares, os torpedos ilimitados, e principalmente a internet possibilitaram e melhoraram a comunicação, falamos com todos a qualquer hora em qualquer lugar, compramos, estudamos, vemos filmes, pagamos contas, fazemos tudo através da internet, ela nos aproximou do mundo. Assim, a tecnologia reinventou o meio de comunicação, mas paralelamente nos distanciou da vida, e das pessoas que estão mais próximas.
        O crescimento da cidade trouxe seus infortúnios, aumentou o número e com ele a quantidade de nomes a lista de doenças, muitas pessoas senão todas, são vítimas de pelo menos uma delas: depressão, apatia, obesidade, estresse, solidão e a lista só tem a crescer, os psicólogos parecem que passam seus dias criando sintomas e nomes novos, este é um dos males do seculo XXI, todos são doentes.
         Martin (Javier Drolas) e Mariana (Pilar López de Ayala), um webdesigner e uma arquiteta, duas profissões que apresentam bem o tema a ser tratado, são dois jovens vítimas desse "sistema moderno" estão se desacostumando a se relacionar com as pessoas pessoalmente. Levam uma vida deprimente e solitária, uma vida escura, que após várias tentativas só conseguem se adequarem ao meio quando abrem uma janela irregular na medianera, possibilitando assim a entrada de um pouco de luz, acabando com a impressão neutra de seus apartamentos e passando a iluminar suas vidas, abrindo espaço até para enxergar o que ocorre lá fora.