terça-feira, 7 de outubro de 2014

Det Sjunde Inseglet - O Sétimo Selo (1957)
Unknown06:45 0 comentários



DET SJUNDE INSEGLET - O SÉTIMO SELO (1957)
Você já se imaginou jogando xadrez com a morte?

Essa é uma das cenas mais renomadas do cinema. No entanto, embora seja muito conhecida, muitos não sabem que ela vem do filme O Sétimo Selo (1957), que é um dos mais geniais clássicos do cinema. Dirigido pelo renomado Ingmar Bergman, o filme narra a vida de um cavaleiro ((Max Von Sydow), que retorna das Cruzadas e depara-se com seu país devastado pela peste negra.
A obra tem como temática principal o medo da morte e as dúvidas fomentadas pela fé. A primeira cena do filme é a clássica - já citada- em que o cavaleiro ao refletir sobre sua vida, encontra a Morte (Bengt Ekerot), que, na verdade, veio buscá-lo. Assim, com medo de ser levado e afim de ganhar tempo, convida a Morte para jogar uma partida de xadrez, na qual decidirá se ele será ou não levado. Os elementos das cenas apresentam-se como uma alegoria: o jogo representa as diversas tentativas do homem em tentar enganar a morte.  Seria uma crítica a nós mesmo, que sempre nos achamos imortais…
            O roteiro é muito bem construído, vale ressaltar que é uma adaptação de uma peça teatral. Além disso, cada personagem na obra tem um papel fundamental e representa um ponto crítico, dentre eles os mais importantes são: O artista e sua esposa (Bibi Andersson), o ferreiro (Åke Fridell) e Lisa (Inga Gill), o Cavaleiro, Raval (Bertil Anderberg), Jons (Gunnar Björnstrand) e Skat (Erik Strandmark).  
O Sétimo Selo está diretamente ligado ao texto bíblico "Apocalipse" ou "Revelação", em que acredita-se que Deus tem um livro selado com sete selos, nos quais a abertura implica em punições à humanidade. Assim, o cenário e a ambientação escura, deserta e apocalíptica retomam o texto bíblico. Mesmo o cinema já tendo a tecnologia da cor, Bergman decidi usar o preto e branco, possivelmente, para evidenciar e dar profundidade à temática da obra. Além disso, à trilha sonora forte e dramática expressam a agonia e até mesmo o medo sentido pelos personagens.
As ideias do longa são muito bem trabalhadas pelo diretor, podemos perceber na composição dos planos e sequências escolhidos. Por outro lado, o diretor torna essas ideias mais evidentes com os jogos de cenas, como o encontro da Morte com o cavaleiro em vários momentos para continuar a partida de xadrez, isto é, ninguém consegue fugir da morte. A temática da fé está presente em diversos elementos, principalmente, no discurso. Há também uma cena em que o artista vê uma mulher com um bebê, que seria Nossa Senhora e o Menino Jesus.
O trabalho feito pela equipe cinematográfica é simplesmente bárbaro. O espectador ao assistir ao longa deve ter muita atenção, pois o filme, embora, seja maravilhoso é bastante difícil e complexo. No entanto, ainda que não se entenda tudo - se é que é possível entender tudo- da primeira vez, o próprio longa nos convida a ver várias e várias vezes.
Por fim, não poderíamos deixar de comentar a cena final, A Dança da Morte, em que após uma espécie de "apocalipse", a morte vai a frente levando a foice e uma ampulheta - a imagem clássica - seguida por todos os personagens, salvo o artista e sua família, que vão atrás de mãos dadas em uma espécie e dança solene, como narra o Artista "dançam para longe do sol, rumo à escuridão"..
Por: Viviane Freitas
Categoria:
Sobre o autor O Take 5 é formado por sete amigos, para saber mais sobre cada um, basta clicar em colaboradores

0 comentários

Postar um comentário