quarta-feira, 19 de março de 2014

Week-end à Francesa (1967)
Unknown14:25 0 comentários


“Desafiador”, “barulhento”, “crítico” e “impressionante”, seriam as palavras certas para definir Weekend, de Godard.  Todos, ou grande parte, reconhece a genialidade de Godard, assim não desconfiando dessa genialidade, resolvi compreender melhor sua obra, comecei a pensar no que a torna tão genial.  Sem dúvidas os filmes do brilhante diretor não são fáceis de se entender, partindo do sentido de que o verdadeiro expectador não é aquele que apenas assiste ao filme pacificamente, mas sim o que tenta desvendá-lo ou menos dialogar com a obra. Antes de falar propriamente do filme, gostaria de deixar claro que minha crítica, comentário, review ―como preferirem― Não é uma análise científica, até porque não sou especialista nisso. 
Weekend é um filme feito aos moldes Nouvelle Vague, explicando rapidamente, foi um movimento artístico do cinema francês, as principais características são: uma montagem inesperada, original, sem concessões à linearidade narrativo, marcada também por um estilo mais politizado.
A obra é baseada no conto inesquecível "A Auto-estrada do Sul", de Júlio Cortázar. Embora não seja uma representação fiel do conto, Godard consegue evocar os principais elementos da narrativa do Cortázar.  O filme narra a trajetória de dois jovens que estão tentando chegar a uma casa de campo, nesse percurso, eles encontraram diversos personagens com que vão criar diálogos diversos, críticos e extremamente interessantes. Os personagens em si são muito bem construídos, na verdade, eles encaixam-se perfeitamente no filme. 
Weekend vai falar sobre o apocalipse automobilístico, tanto que o filme se passa em uma estrada (rodovia). Ao decorrer do longa são apresentadas as consequências e caos causados por essa automobilização desenfreada: carros tombados, pegando fogo, pessoas mortas e afins. 
Uma das cenas que marcou o filme é a do engarrafamento quilométrico, em que inúmeros carros estão parados na estrada, buzinando, pessoas gritando, outras paradas na estrada relacionando-se.  A cena demonstra exatamente a relação dos automóveis e o caos, é extremamente longa e barulhenta, na verdade, o filme é muito barulhento, salvo cenas em que há diálogos mais sérios e alguém cantando.
O filme, brilhantemente, crítica à sociedade consumista e hedonista, à banalização da vida, à falta de respeito e ao etnocentrismo. A crítica da obra é construída não só pelo roteiro e direção, mas também pela montagem que, aliás, é arquitetada por meio de símbolos e alegorias. O uso das cores, tomadas rápidas, lentas, os cenários, a edição caótica, extraordinária e até mesmo enigmática fazem a grandeza do filme.



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