Qual o problema da nossa sociedade? A
leviandade, a solidão, a aceitação, o prazer, a fúria, as drogas, o sexo,
seriam esses nossa nova “punição” ou esses seriam nossos novos valores?
O que esperar de um filme de Martin
Scorsese com Leonardo DiCaprio, entre outros nomes e rostinhos conhecidos? O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street), sob a direção
de Scorsese, consegue em 3 horas de filme apontar e questionar os problemas da
nossa sociedade, claro, usando e abusando dos recursos cinematográficos.
O filme e o best-seller foram baseados nas memórias de Jordan Belfort, o
personagem principal. O que aparentemente seria um roteiro comum sobre a vida
e os desejos insanos de mais um milionário, na verdade. é desafiador, corajoso e
cheio de “sacanagem”.
O filme conta a história de um
corretor de ações, Jordan Belford, (Leonardo DiCaprio) que começa sua carreira
em uma das tão cobiçadas empresas de investimentos de Wall Street. Belford descobre
a chave do sucesso (drogas e sexo)² por meio dos ensinamentos do seu chefe,
Mark Hann (Matthew McConaughey). Conseguindo, assim, ser o mais novo corretor
de Wall Street. No entanto, o repentino sucesso é ameaçado pelo fechamento da
empresa após a temível Black Monday. O corretor tenta dar a volta por cima
trabalhando em uma empresa de fundo de quintal que lida com finanças de baixo
valor. Motivado a aumentar os lucros, Belfort cria sua nova empresa, Stratton
Oakmont, isso junto com seu vizinho Donnie (Jonah Hill) e outros velhos amigos.
Os lucros são proporcionais as loucuras dos corretores.
O visionário, louco e sem dúvidas
motivador Jordan Belfort ganhou as telas pela interpretação marcante de
Leonardo DiCaprio. O ator parece ter encontrado mais um papel
certo, tão certo que lhe rendeu mais uma indicação ao Oscar de melhor ator.
Todas as cenas de Leonardo são ótimas, é claro, que algumas
de fato são o motivo do tão merecido Globo de Ouro, como melhor ator de comédia
ou musical. Uma dessas cenas é o discurso de aposentadoria. O ator encarna o
próprio Jordan Belfort e leva sua equipe a loucura.
O Lobo
de Wall Street, como já dito, parece ser um roteiro comum, mas, na
verdade, Martin Scorsese deixou claro que nossa sociedade é marcada pelo
exibicionismo, pelo hedonismo. Scorsese fez um filme ousado, sem medo de dizer
a verdade. Para muitos o longa não passa de um filme muito extenso cuja pornografia não surpreende. Mas é exatamente essa a questão que torna o
filme sensacional. O diretor, assim como nos seus outros longas, traz a crítica
para perto do espectador, faz uma crítica quase sutil, como se fizesse piada
dos acontecimentos.
Uma
das “brincadeiras” em Lobo de Wall Street
é a justiça volta para casa de metro. O agente do FBI (Kyle Chandler), o
representante da justiça, mesmo cumprindo seu dever corretamente, com
honestidade, ainda mais por não aceitar o suborno oferecido por Belfort, continua
sua vida comum, sem exageros e sem dinheiro. O que nos faz levantar uma série de
questões. Afinal, a justiça volta de metro, de trem, de coletivo.
Quando se trata de falar de um filme
do Scorsese, nunca é fácil. O diretor tem suas inúmeras câmeras, seu jeito
particular de criticar, além dos filmes serem repletos de elementos semióticos,
personagem que beiram a loucura, uma montagem peculiar e com certeza o modo excêntrico
de se fazer Cinema.
Em suma, se você assistiu ao filme e
acha realmente que é uma pornografia barata, recomendo que assista de novo. Ou
se você já assistiu várias vezes e não concorda. Deixa um comentário.
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