terça-feira, 7 de outubro de 2014

The Maze Runner (2014)
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The Maze Runner (2014)
Em um labirinto aparentemente sem saída, a única opção é correr entre monstros e lembranças.
            Chega aos cinemas mais uma história de ficção científica. Maze Runner – Correr ou Morrer (The Maze Runner) já é comparada a outras sagas lançadas recentemente adaptadas para o cinema. Diferente de Jogos Vorazes ou Divergente, a história não se sustenta por questões políticas e sim por um mistério que prende o telespectador fazendo com que queiramos saber mais sobre história, o que é fundamental para que sequencie com a mesma qualidade.
A adaptação, do best seller do escritor James Dashner, é conduzida pelo cineasta Wes Ball. A trama conta a história de Thomas (Dylan O'Brien), um garoto que acorda em um elevador sem memórias e que é levado a um imenso campo, a Clareira, habitado pelos Clareanos, um grupo de jovens que foram enviados da mesma forma que Thomas. O local é rodeado por altos muros, escondendo um misterioso labirinto que os mantém refém de criaturas monstruosas chamadas “Vergudos”.
Mesmo com um elenco pouco conhecido e inexperiente, salvo o protagonista que atua no seriado Teen Wolf e o vilão da história, o Gally (Will Poulter), que trabalhou em As Crônicas de Nárnia, o filme consegue se manter e apresentar ao público os problemas desse mundo pós-apocalíptico.
O filme se mantém fiel ao suspense e ação narrados com tamanha qualidade que, em alguns momentos, consegue ir além do livro, mesmo que as cenas aconteçam de uma maneira diferente. As cenas no labirinto causam desespero e emoção, graças à atmosfera claustrofóbica criada e muito bem explorada. O enredo nunca para, uma descoberta leva a outra, fazendo com que a ação seja contínua, algo que acaba sendo um ponto forte do filme.
No entanto, o ponto desagradável, que o filme perde em relação ao livro, são os personagens e a falta de exploração desses. O filme consiste em deixar tudo muito “ação” e acaba deixando passar a ligação que os personagens têm na obra original. A amizade e o companheirismo dos jovens tornariam o filme mais emocionante nesse quesito. Em um contexto geral, a adaptação teve um bom resultado, apresentando ao público uma possível saga de sucesso.

E ao assistir o filme não se esqueça, WCKD IS GOOD.

Por: Fabio Alves e William Bruno

Tempos Modernos (1936)
Unknown06:57 0 comentários



Tempos Modernos (1936)

Tempos Modernos foi uma crítica de Charles Chaplin a indústria cinematográfica, a Revolução Industrial e as suas consequências como a manipulação e alienação do trabalhador das fábricas. Em 1927 pela Warner Bros. surgi o primeiro filme com passagens faladas, uma revolução para a 7ª arte, que transforma o Cinema e institui uma nova era, a do Cinema falado. Com isso, muitos atores do Cinema mudo foram esquecidos por não conseguirem se adaptar a era do som.
Carlitos, personagem mais famoso de Chaplin, com seu terno desajeitado, chapéu-coco, bengala de bambu e até então mudo é convidado a falar pela primeira vez. A indústria cinematográfica recusava a inclui-lo em seus filmes se ele não falasse, o que ia de encontro com os valores de Chaplin “Eles estão arruinando a grande beleza do silêncio”. Justamente, por isso, ele produz, dirige, roteira e estrela uns dos filmes mais brilhantes que a humanidade já viu.
O filme apresenta-se como uma história sobre a indústria, iniciativa privada e a humanidade em busca da felicidade. Carlitos, um trabalhador com um sério problema nervoso causado pela realização de trabalhos repetidos (L.E.R), é o personagem principal, que vive nos Estados Unidos após a crise de 1929, ou seja, o cenário é marcado pela miséria, pela fome e pelo desemprego. Carlitos por seus colapsos nervosos é considerado louco levado para o hospital e após sua volta a fábrica já está fechada. As cenas também são divididas com uma órfã, que tem que praticar furtos para sobreviver. Essa mocinha mais ao longo da narrativa vai se envolver com Carlitos e juntos vão idealizar uma vida longe da vida moderna.
A crítica a sociedade industrial, capitalista e moderna é apresentada pelo humor e pelas imagens aleatórias, para o espectador desatento, de uma forma quase sutil e muito bem humorada. Logo na primeira cena, o filme abre com a imagem de um relógio e com toda significação que este pode ter para a modernidade. O tempo é o novo Senhor do homem, sem ele o sujeito da modernidade encontra-se perdido e desamparado. Depois do relógio, o diretor (Chaplin) faz uma brincadeira entre um rebanho de ovelhas e um aglomerado de trabalhadores das fábricas, os homens amedrontados assim como as ovelhas correm, correm sem pensar, afinal o proletariado não precisa pensar, precisam correr e trabalhar, ainda mais porque pensar requer tempo… E tempo é dinheiro.
Tempo realmente é dinheiro. Chaplin materializa essa frase no filme com a ida dos funcionários ao banheiro. Toda saída do trabalhador deve ser registrada no ponto, pois quem está no banheiro não está produzindo. Uma das melhores cenas do longa é quando Carlitos é obrigado a comer servido por uma máquina com o objetivo de poupar tempo. O humor caracteriza-se com a brilhante interpretação de Charles Chaplin e com a complicação da máquina. Há várias cenas que se pode perceber essa relação tempo, máquina e homem/operário, sendo o homem/operário o menor e mais insignificante dessa relação.
Carlitos se envolve em uma confusão tomado como o líder comunista por trás da greve que está a acontecer e acaba por ser preso. Nessas cenas está a ironia. O personagem é tão bem tratado e alimentado que decide fazer o que for possível para retornar a prisão, ou seja, a situação é tão miserável que o indivíduo prefere deixar sua liberdade por uma refeição.
Outra grande cena do filme é a canção de Carlitos. Todos esperam que o personagem fale pela primeira vez, ao invés disso, Chaplin genialmente encena a canção alternando em várias línguas, espanhol, francês, inglês, italiano. Provando, assim, que há uma linguagem que atinja a todos: O gestual.
Através do riso e do sarcasmo, Chaplin denuncia as condições de trabalho, insiste no cinema mudo, prova que a ação pode ser entendida sem a fala, as palavras e realiza uma das mais geniais obras cinematográficas. Tempos Modernos é envolvente, apaixonante do começo ao fim. Para quem não gosta de Cinema antigo com certeza é porque ainda não assistiu ao filme, então, vale a pena o desafio, para quem gosta do Cinema mudo ou não assistir aos filmes do Chaplin é um deleite. Em suma, não é possível gostar de Cinema sem gostar de Charles Chaplin.
Por: Vanessa Freitas e Yasmin Farias

Det Sjunde Inseglet - O Sétimo Selo (1957)
Unknown06:45 0 comentários



DET SJUNDE INSEGLET - O SÉTIMO SELO (1957)
Você já se imaginou jogando xadrez com a morte?

Essa é uma das cenas mais renomadas do cinema. No entanto, embora seja muito conhecida, muitos não sabem que ela vem do filme O Sétimo Selo (1957), que é um dos mais geniais clássicos do cinema. Dirigido pelo renomado Ingmar Bergman, o filme narra a vida de um cavaleiro ((Max Von Sydow), que retorna das Cruzadas e depara-se com seu país devastado pela peste negra.
A obra tem como temática principal o medo da morte e as dúvidas fomentadas pela fé. A primeira cena do filme é a clássica - já citada- em que o cavaleiro ao refletir sobre sua vida, encontra a Morte (Bengt Ekerot), que, na verdade, veio buscá-lo. Assim, com medo de ser levado e afim de ganhar tempo, convida a Morte para jogar uma partida de xadrez, na qual decidirá se ele será ou não levado. Os elementos das cenas apresentam-se como uma alegoria: o jogo representa as diversas tentativas do homem em tentar enganar a morte.  Seria uma crítica a nós mesmo, que sempre nos achamos imortais…
            O roteiro é muito bem construído, vale ressaltar que é uma adaptação de uma peça teatral. Além disso, cada personagem na obra tem um papel fundamental e representa um ponto crítico, dentre eles os mais importantes são: O artista e sua esposa (Bibi Andersson), o ferreiro (Åke Fridell) e Lisa (Inga Gill), o Cavaleiro, Raval (Bertil Anderberg), Jons (Gunnar Björnstrand) e Skat (Erik Strandmark).  
O Sétimo Selo está diretamente ligado ao texto bíblico "Apocalipse" ou "Revelação", em que acredita-se que Deus tem um livro selado com sete selos, nos quais a abertura implica em punições à humanidade. Assim, o cenário e a ambientação escura, deserta e apocalíptica retomam o texto bíblico. Mesmo o cinema já tendo a tecnologia da cor, Bergman decidi usar o preto e branco, possivelmente, para evidenciar e dar profundidade à temática da obra. Além disso, à trilha sonora forte e dramática expressam a agonia e até mesmo o medo sentido pelos personagens.
As ideias do longa são muito bem trabalhadas pelo diretor, podemos perceber na composição dos planos e sequências escolhidos. Por outro lado, o diretor torna essas ideias mais evidentes com os jogos de cenas, como o encontro da Morte com o cavaleiro em vários momentos para continuar a partida de xadrez, isto é, ninguém consegue fugir da morte. A temática da fé está presente em diversos elementos, principalmente, no discurso. Há também uma cena em que o artista vê uma mulher com um bebê, que seria Nossa Senhora e o Menino Jesus.
O trabalho feito pela equipe cinematográfica é simplesmente bárbaro. O espectador ao assistir ao longa deve ter muita atenção, pois o filme, embora, seja maravilhoso é bastante difícil e complexo. No entanto, ainda que não se entenda tudo - se é que é possível entender tudo- da primeira vez, o próprio longa nos convida a ver várias e várias vezes.
Por fim, não poderíamos deixar de comentar a cena final, A Dança da Morte, em que após uma espécie de "apocalipse", a morte vai a frente levando a foice e uma ampulheta - a imagem clássica - seguida por todos os personagens, salvo o artista e sua família, que vão atrás de mãos dadas em uma espécie e dança solene, como narra o Artista "dançam para longe do sol, rumo à escuridão"..
Por: Viviane Freitas