sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Medianeras (2011)
Yasmin Farias19:38 0 comentários

                                



        Medianeras é um filme argentino de Gustavo Taretto que aborda a maneira como a tecnologia e a cidade influênciam cada vez mais nos hábitos humanos. O crescimento da cidadeo movimento da massa, a rotina "moderna" e o acúmulo de propagandas, tiram cada vez mais o espaço e o lugar de uma "bela janela", sobrando e destacando as medianeras. Medianera é uma palavra pouco conhecida porém com uma presença bastante comum na cidade, é o lado do edifício que deixa o morador sem comunicação com a sociedade.
        O filme faz uma alusão da construção das nossas vidas com a construção de prédios e o avanço da tecnologia, é uma maneira adequada de se pensar, o homem é um produto do meio, e o meio é um produto do homem, ambas as coisas estão ligadas, e não podem ser estudadas separadas como já observou Rousseau. Nossas vidas vão crescendo junto com a cidade, se ajustando ao meio, ao caos, a bagunça da vida moderna, vamos crescendo e nos adaptando a ela e como a ela. Em cada parte da História podemos notar que a sociedade cresce junto e a maneira de seu 'meio', a civilização é o conjuntos dos dois, homem e meio, e como se relacionam.
        Os celulares, os torpedos ilimitados, e principalmente a internet possibilitaram e melhoraram a comunicação, falamos com todos a qualquer hora em qualquer lugar, compramos, estudamos, vemos filmes, pagamos contas, fazemos tudo através da internet, ela nos aproximou do mundo. Assim, a tecnologia reinventou o meio de comunicação, mas paralelamente nos distanciou da vida, e das pessoas que estão mais próximas.
        O crescimento da cidade trouxe seus infortúnios, aumentou o número e com ele a quantidade de nomes a lista de doenças, muitas pessoas senão todas, são vítimas de pelo menos uma delas: depressão, apatia, obesidade, estresse, solidão e a lista só tem a crescer, os psicólogos parecem que passam seus dias criando sintomas e nomes novos, este é um dos males do seculo XXI, todos são doentes.
         Martin (Javier Drolas) e Mariana (Pilar López de Ayala), um webdesigner e uma arquiteta, duas profissões que apresentam bem o tema a ser tratado, são dois jovens vítimas desse "sistema moderno" estão se desacostumando a se relacionar com as pessoas pessoalmente. Levam uma vida deprimente e solitária, uma vida escura, que após várias tentativas só conseguem se adequarem ao meio quando abrem uma janela irregular na medianera, possibilitando assim a entrada de um pouco de luz, acabando com a impressão neutra de seus apartamentos e passando a iluminar suas vidas, abrindo espaço até para enxergar o que ocorre lá fora.


domingo, 9 de novembro de 2014

O Iluminado / The Shining (1980)
Yasmin Farias17:48 0 comentários

O Iluminado



            O iluminado, mais uma grande obra de Stanley Kubrick é baseado no romance de Stephen King  mesmo autor de Carrie A Estranha, muito conhecido por suas obras abordarem o horror fantástico.
            O filme estrelado por Jack Nicholson vivencia Jack Torrance, um escritor e alcoólatra em recuperação, que participa de uma entrevista para trabalhar como zelador no hotel Overlook, no período que ele permanecerá fechado devido a uma intensa nevasca que atinge essa região durante sete meses. Jack aceita o trabalho com o intuito de aproveitar a solidão do hotel para escrever. 
            Assim, ele se muda para Overlook junto com sua esposa Wendy (Shelley Duvall) e seu excêntrico filho Danny (Danny Lloyd), um garoto dotado de habilidades psíquicas que consegue vislumbrar cenas do passado e do futuro, além de ter o dom da telepatia, habilidade que o consagra de “iluminado.” Os dias vão passando, durante eles Jack se isola cada vez mais para trabalhar em seu livro, enquanto sua mulher cuida dos afazeres do hotel. Já Danny passa a ter visões de assassinatos enquanto explora os corredores do lugar.
            Com o início da tempestade de neve a família fica presa no hotel, cuja grandiosidade aumenta a impressão de isolamento e solidão. Jack afetado por essa sensação é influenciado por uma presença sobrenatural e desenvolve a “febre da cabine” tenta assim, assassinar sua esposa e filho. Acomete a famosa cena do banheiro, onde Wendy se tranca para se proteger de Jack que dá investidas machadadas na porta para derrubá-la. Ele diz a célebre frase: “Here is Johnny.”
            Na cena final do filme aparece uma fotografia de Jack sorrindo em meio a uma festa, datada de 4 de julho de 1921. Muitos críticos dizem que a explicação para isso é que Jack foi absolvido pelo hotel. Porém, segundo Kubrick ele é a reencarnação de alguém que viveu no local. Há até os conspiradores que acreditam que a obra é uma referência e um pedido de desculpas ao público sobre o assunto do Apollo 11. Cuja cena Kubrick teria dirigido. Quanto à veracidade disso, nunca foi comprovada, mas que realmente há elementos no filme que dá indícios e o que falar sobre o assunto, isso há.
            Uma curiosidade sobre o filme para quem gosta de rock, é que ele foi a inspiração para as canções “The Kill “ (30 Seconds to Mars) e “Spit it out” (Slipknot).
            Esse filme dotado do tradicional zoom ligado a assustadores elementos da narrativa, além de enquadramentos perfeitos e planos gerais muito bem desenvolvidos, está classificado entre os maiores filmes de terror, com direito a várias interpretações. Eu particularmente ainda tenho pesadelos com as assustadoras sombrancelhas de Nicholson. Kubrick conseguiu mais uma vez nos vislumbrar e aterrorizar usando os seus conhecimentos e habilidades técnicas e narrativas.
            Sendo assim, eu recomendo para aqueles que ainda não assistiram que o vejam agora mesmo e percebam a genialidade de Kubrick e o jeito de fazer cinema.



terça-feira, 7 de outubro de 2014

The Maze Runner (2014)
Unknown07:22 0 comentários

The Maze Runner (2014)
Em um labirinto aparentemente sem saída, a única opção é correr entre monstros e lembranças.
            Chega aos cinemas mais uma história de ficção científica. Maze Runner – Correr ou Morrer (The Maze Runner) já é comparada a outras sagas lançadas recentemente adaptadas para o cinema. Diferente de Jogos Vorazes ou Divergente, a história não se sustenta por questões políticas e sim por um mistério que prende o telespectador fazendo com que queiramos saber mais sobre história, o que é fundamental para que sequencie com a mesma qualidade.
A adaptação, do best seller do escritor James Dashner, é conduzida pelo cineasta Wes Ball. A trama conta a história de Thomas (Dylan O'Brien), um garoto que acorda em um elevador sem memórias e que é levado a um imenso campo, a Clareira, habitado pelos Clareanos, um grupo de jovens que foram enviados da mesma forma que Thomas. O local é rodeado por altos muros, escondendo um misterioso labirinto que os mantém refém de criaturas monstruosas chamadas “Vergudos”.
Mesmo com um elenco pouco conhecido e inexperiente, salvo o protagonista que atua no seriado Teen Wolf e o vilão da história, o Gally (Will Poulter), que trabalhou em As Crônicas de Nárnia, o filme consegue se manter e apresentar ao público os problemas desse mundo pós-apocalíptico.
O filme se mantém fiel ao suspense e ação narrados com tamanha qualidade que, em alguns momentos, consegue ir além do livro, mesmo que as cenas aconteçam de uma maneira diferente. As cenas no labirinto causam desespero e emoção, graças à atmosfera claustrofóbica criada e muito bem explorada. O enredo nunca para, uma descoberta leva a outra, fazendo com que a ação seja contínua, algo que acaba sendo um ponto forte do filme.
No entanto, o ponto desagradável, que o filme perde em relação ao livro, são os personagens e a falta de exploração desses. O filme consiste em deixar tudo muito “ação” e acaba deixando passar a ligação que os personagens têm na obra original. A amizade e o companheirismo dos jovens tornariam o filme mais emocionante nesse quesito. Em um contexto geral, a adaptação teve um bom resultado, apresentando ao público uma possível saga de sucesso.

E ao assistir o filme não se esqueça, WCKD IS GOOD.

Por: Fabio Alves e William Bruno

Tempos Modernos (1936)
Unknown06:57 0 comentários



Tempos Modernos (1936)

Tempos Modernos foi uma crítica de Charles Chaplin a indústria cinematográfica, a Revolução Industrial e as suas consequências como a manipulação e alienação do trabalhador das fábricas. Em 1927 pela Warner Bros. surgi o primeiro filme com passagens faladas, uma revolução para a 7ª arte, que transforma o Cinema e institui uma nova era, a do Cinema falado. Com isso, muitos atores do Cinema mudo foram esquecidos por não conseguirem se adaptar a era do som.
Carlitos, personagem mais famoso de Chaplin, com seu terno desajeitado, chapéu-coco, bengala de bambu e até então mudo é convidado a falar pela primeira vez. A indústria cinematográfica recusava a inclui-lo em seus filmes se ele não falasse, o que ia de encontro com os valores de Chaplin “Eles estão arruinando a grande beleza do silêncio”. Justamente, por isso, ele produz, dirige, roteira e estrela uns dos filmes mais brilhantes que a humanidade já viu.
O filme apresenta-se como uma história sobre a indústria, iniciativa privada e a humanidade em busca da felicidade. Carlitos, um trabalhador com um sério problema nervoso causado pela realização de trabalhos repetidos (L.E.R), é o personagem principal, que vive nos Estados Unidos após a crise de 1929, ou seja, o cenário é marcado pela miséria, pela fome e pelo desemprego. Carlitos por seus colapsos nervosos é considerado louco levado para o hospital e após sua volta a fábrica já está fechada. As cenas também são divididas com uma órfã, que tem que praticar furtos para sobreviver. Essa mocinha mais ao longo da narrativa vai se envolver com Carlitos e juntos vão idealizar uma vida longe da vida moderna.
A crítica a sociedade industrial, capitalista e moderna é apresentada pelo humor e pelas imagens aleatórias, para o espectador desatento, de uma forma quase sutil e muito bem humorada. Logo na primeira cena, o filme abre com a imagem de um relógio e com toda significação que este pode ter para a modernidade. O tempo é o novo Senhor do homem, sem ele o sujeito da modernidade encontra-se perdido e desamparado. Depois do relógio, o diretor (Chaplin) faz uma brincadeira entre um rebanho de ovelhas e um aglomerado de trabalhadores das fábricas, os homens amedrontados assim como as ovelhas correm, correm sem pensar, afinal o proletariado não precisa pensar, precisam correr e trabalhar, ainda mais porque pensar requer tempo… E tempo é dinheiro.
Tempo realmente é dinheiro. Chaplin materializa essa frase no filme com a ida dos funcionários ao banheiro. Toda saída do trabalhador deve ser registrada no ponto, pois quem está no banheiro não está produzindo. Uma das melhores cenas do longa é quando Carlitos é obrigado a comer servido por uma máquina com o objetivo de poupar tempo. O humor caracteriza-se com a brilhante interpretação de Charles Chaplin e com a complicação da máquina. Há várias cenas que se pode perceber essa relação tempo, máquina e homem/operário, sendo o homem/operário o menor e mais insignificante dessa relação.
Carlitos se envolve em uma confusão tomado como o líder comunista por trás da greve que está a acontecer e acaba por ser preso. Nessas cenas está a ironia. O personagem é tão bem tratado e alimentado que decide fazer o que for possível para retornar a prisão, ou seja, a situação é tão miserável que o indivíduo prefere deixar sua liberdade por uma refeição.
Outra grande cena do filme é a canção de Carlitos. Todos esperam que o personagem fale pela primeira vez, ao invés disso, Chaplin genialmente encena a canção alternando em várias línguas, espanhol, francês, inglês, italiano. Provando, assim, que há uma linguagem que atinja a todos: O gestual.
Através do riso e do sarcasmo, Chaplin denuncia as condições de trabalho, insiste no cinema mudo, prova que a ação pode ser entendida sem a fala, as palavras e realiza uma das mais geniais obras cinematográficas. Tempos Modernos é envolvente, apaixonante do começo ao fim. Para quem não gosta de Cinema antigo com certeza é porque ainda não assistiu ao filme, então, vale a pena o desafio, para quem gosta do Cinema mudo ou não assistir aos filmes do Chaplin é um deleite. Em suma, não é possível gostar de Cinema sem gostar de Charles Chaplin.
Por: Vanessa Freitas e Yasmin Farias

Det Sjunde Inseglet - O Sétimo Selo (1957)
Unknown06:45 0 comentários



DET SJUNDE INSEGLET - O SÉTIMO SELO (1957)
Você já se imaginou jogando xadrez com a morte?

Essa é uma das cenas mais renomadas do cinema. No entanto, embora seja muito conhecida, muitos não sabem que ela vem do filme O Sétimo Selo (1957), que é um dos mais geniais clássicos do cinema. Dirigido pelo renomado Ingmar Bergman, o filme narra a vida de um cavaleiro ((Max Von Sydow), que retorna das Cruzadas e depara-se com seu país devastado pela peste negra.
A obra tem como temática principal o medo da morte e as dúvidas fomentadas pela fé. A primeira cena do filme é a clássica - já citada- em que o cavaleiro ao refletir sobre sua vida, encontra a Morte (Bengt Ekerot), que, na verdade, veio buscá-lo. Assim, com medo de ser levado e afim de ganhar tempo, convida a Morte para jogar uma partida de xadrez, na qual decidirá se ele será ou não levado. Os elementos das cenas apresentam-se como uma alegoria: o jogo representa as diversas tentativas do homem em tentar enganar a morte.  Seria uma crítica a nós mesmo, que sempre nos achamos imortais…
            O roteiro é muito bem construído, vale ressaltar que é uma adaptação de uma peça teatral. Além disso, cada personagem na obra tem um papel fundamental e representa um ponto crítico, dentre eles os mais importantes são: O artista e sua esposa (Bibi Andersson), o ferreiro (Åke Fridell) e Lisa (Inga Gill), o Cavaleiro, Raval (Bertil Anderberg), Jons (Gunnar Björnstrand) e Skat (Erik Strandmark).  
O Sétimo Selo está diretamente ligado ao texto bíblico "Apocalipse" ou "Revelação", em que acredita-se que Deus tem um livro selado com sete selos, nos quais a abertura implica em punições à humanidade. Assim, o cenário e a ambientação escura, deserta e apocalíptica retomam o texto bíblico. Mesmo o cinema já tendo a tecnologia da cor, Bergman decidi usar o preto e branco, possivelmente, para evidenciar e dar profundidade à temática da obra. Além disso, à trilha sonora forte e dramática expressam a agonia e até mesmo o medo sentido pelos personagens.
As ideias do longa são muito bem trabalhadas pelo diretor, podemos perceber na composição dos planos e sequências escolhidos. Por outro lado, o diretor torna essas ideias mais evidentes com os jogos de cenas, como o encontro da Morte com o cavaleiro em vários momentos para continuar a partida de xadrez, isto é, ninguém consegue fugir da morte. A temática da fé está presente em diversos elementos, principalmente, no discurso. Há também uma cena em que o artista vê uma mulher com um bebê, que seria Nossa Senhora e o Menino Jesus.
O trabalho feito pela equipe cinematográfica é simplesmente bárbaro. O espectador ao assistir ao longa deve ter muita atenção, pois o filme, embora, seja maravilhoso é bastante difícil e complexo. No entanto, ainda que não se entenda tudo - se é que é possível entender tudo- da primeira vez, o próprio longa nos convida a ver várias e várias vezes.
Por fim, não poderíamos deixar de comentar a cena final, A Dança da Morte, em que após uma espécie de "apocalipse", a morte vai a frente levando a foice e uma ampulheta - a imagem clássica - seguida por todos os personagens, salvo o artista e sua família, que vão atrás de mãos dadas em uma espécie e dança solene, como narra o Artista "dançam para longe do sol, rumo à escuridão"..
Por: Viviane Freitas

sábado, 27 de setembro de 2014

O doador de memórias/ The giver (2014)
Unknown12:39 0 comentários


Será que no final das contas viver sem amor para que vivamos em harmonia é tão ruim assim? O que estaríamos dispostos a sacrificar pela vida em harmonia?


Essa seria a maior reflexão do filme O doador de memórias (The Giver). No entanto, antes mesmo de aprofundarmos essas ideias, é importante ressaltar que o filme é baseado na obra de Lois Lowry, assim, em se tratando de uma tradução cinematográfica não ficaremos presos à comparação de uma obra com a outra, até mesmo porque as reflexões feitas aqui partem de um grupo de espectadores que vão além da função de apenas assistir, gostar ou desgostar.
The Giver narra uma sociedade futurista na qual tudo é minunciosamente controlado, não há crimes, pobreza, fome, desigualdade, doenças ou dor, assim como também não há nenhuma forma de sentimento genuína como o amor e a felicidade. A sociedade é designada a viver sempre o presente, pois o passado lhes foram apagados da memória. Nessa sociedade, os jovens quando estão indo dos 11 anos para os 12 anos, passam por uma cerimônia de Atribuição em que são direcionados para as atividades as quais possuem mais habilidades.
O protagonista dessa narrativa é um jovem chamado Jonas (Brenton Thwaites), que durante a cerimônia de Atribuição é o escolhido para ser o próximo receptor das memórias, ou seja, aquele que receberá todas as memórias da humanidade. A partir desse momento, Jonas passa por um treinamento em que começa a receber as memórias sobre as cores, alegrias, músicas e amor. Em contra partida, recebe também memórias como a dor, a guerra e a morte.
            O filme, embora tenha grandes ideias e motive uma certa reflexão, falha, pois o roteiro é mal construído, é claro que ao se pensar em qualquer tradução muitas coisas serão perdidas. No entanto, o roteirista (Michael Mitnick) não conseguiu manter uma narrativa clara e envolvente, parece que tentaram colocar tudo em um tempo muito curto, os conflitos ficam mal desenvolvidos e consequentemente mal resolvidos, as soluções apresentam-se de forma muito rápida e sem emoção. A perda de emoção do filme é resultado também do mal desempenho dos atores, infelizmente, mesmo tendo a brilhante Meryl Streep como Chefe Elder, o Mise en scène dos personagens torna-se robótico e sem muita motivação ―salvo a Meryl, claro―.  
            Não pretendemos discutir toda parte técnica, porém gostaríamos de fazer algumas ressalvas, a trilha sonora não é a pior parte do filme, mas, como já comentado, pensamos que ao se tratar de um filme que fala sobre a humanidade, faltou um pouco de sensibilidade e de presença. O diretor (Phillip Noyce) poderia ter tornado o filme mais agradável, mais dinâmico e mais emocionante, com a escolha dos planos e sequências, mas não o fez... Há cenas que ficariam melhores com plongée, mas o diretor optou contra-plongée.
            Embora todas essas ressalvas, o filme também apresenta aspectos positivos. A relação do preto e branco com as outras cores transmite ao espectador a divisão entre a monotonia versus a diversidade, o padrão versus a inovação.  Além disso, o filme propõe questões que sempre precisam ser pensadas e questionadas, afinal como diz José Saramago: “Tudo no mundo está dando respostas, o que demora é o tempo das perguntas”. Enfim, The Giver não é um filme ruim mas sim um filme mal trabalhado que vale a pena ser visto.
            Não deixe de comentar, caso discorde, fique à vontade para argumentar.
Para aqueles que ficaram curiosos, eis o trailer:


Por: Fabio Alves e Viviane Freitas 

segunda-feira, 31 de março de 2014

Uma história de Amor
Yasmin Farias19:44 3 comentários

    Sou apaixonada pelo cinema, como uma arte ele pode recriar e representar realidades, contar histórias, te levar ao passado, te aproximar dos seus heróis,  te fazer viajar no tempo, você pode voltar ao faroeste, ir ao futuro, assistir os gladiadores lutarem no coliseu, explorar outros planetas, fugir dos dinossauros, pisar na lua, conhecer diferentes povos e épocas, assistir  histórias épicas, mitos, lendas. E mais do que estas incríveis façanhas, talvez a mais bonita de todas, o cinema pode te contar histórias de amor. Como esta.



segunda-feira, 24 de março de 2014

Gravidade (2013)
Yasmin Farias22:16 0 comentários

A 600 KM ACIMA DO PLANETA TERRA
A TEMPERATURA OSCILA ENTRE 126°C E -100°C
NÃO HÁ NADA PARA TRANSMITIR O SOM
NÃO HÁ PRESSÃO ATMOSFÉRICA
NÃO HÁ OXIGÊNIO
A VIDA NO ESPAÇO É IMPOSSÍVEL




    Imagine-se flutuando no espaço, imagine-se agora que sua carona para casa (ônibus espacial) está destruída, e que seu pouco oxigênio está a menos de 8%. Diante da imensidão do espaço, você se encontra sozinho, sem oxigênio, à deriva. Agonizante?! É o que a Dra. Ryan Stone vivenciou no longa de 91 minutos.
    O filme começa nos proporcionando uma imagem espetacular, o planeta terra visto pelo espaço, uma cena pensada para literalmente já ampliar os horizontes da plateia. O silêncio é quebrado pela equipe que está no ônibus espacial Explorer trocando informações com o Controle da Missão em Houston, a equipe que conta com a Dra. Ryan Stone (Sandra Bullock), Matt Kowalski (George Clooney) e entre outros, veio numa atividade extra veicular, responsável pelo reparo do telescópio espacial Hubble. Houston adverte o grupo que um satélite russo foi atingido por um míssil, mas não se afligindo com isso. Porém, enquanto a Dra. Stone, especialista da missão trabalha no concerto, Houston estabelece que a missão seja imediatamente abortada, pois os detritos do satélite russo criaram uma reação em cadeia, indo na direção deles. Em seguida a nave espacial é violentamente atingida por esses resíduos, gerando uma sequência de cenas de ação, na qual os astronautas giram pelo espaço em consequência do impacto, perdendo também a comunicação com a terra. Em meio à confusão a Dra. Stone é separada do grupo, ficando à deriva no espaço. Um momento sem dúvida desesperador e angustiante, que Sandra Bullock soube interpretar muito bem.
     Depois de algum tempo sozinha, o tenente Kowalski enfim consegue encontra-la, mas ao voltarem a nave, descobrem que o resto da tripulação está morta e a nave completamente destruída. O único meio de voltarem a casa é alcançarem a Estação Espacial Internacional (EEI). Durante essa "viagem" os dois conversam sobre suas vidas na terra e percebemos algumas características dos personagens. Como Kowalski por exemplo, age naturalmente calmo, o que representa bem como os astronautas lidam e atuam no espaço. Ele também em meio a todo o caos sabe apreciar a deslumbrante paisagem, uma vista que nem mesmo a beleza do galã Geooge Clooney consegue competir. Já a Dra. Ryan, é uma mulher que lida com números, uma engenheira, não se comove tanto com a vista. Vagando pelo espaço sem direção, notamos uma comparação com o que ela costuma fazer na terra, dirigir sem um rumo depois que perdeu a única coisa que tinha, sua filha. Uma realidade que mais à frente a fará refletir se vale a pena continuar, se indagará com questões como "Quem me espera na terra?".
     Quando finalmente pareceu ter esperança para os dois, mais complicações se seguem e a Dra. Ryan se torna a única sobrevivente.
     A trama desenrolada te prende o filme inteiro. O cenário neste caso não é apenas pano de fundo, ele da extensão ao enredo. O universo em seu silêncio se torna angustiante e desesperador. O grande mérito de Gravidade com certeza se dá aos seus belos efeitos especiais de tirar o fôlego, com grande investimento no 3D, criados pela equipe de Tim Webber. Efeitos que criaram uma revolução visual, um novo marco na história cinematográfica. Desde Avatar que abriu um novo mundo em 3D.
     Mas é claro que a tecnologia não alçou isso sozinha. É excepcional o trabalho de preparação de atores, os quais o fizeram muito bem. Destaque também para Steven Price, vencedor do 86° Oscar por melhor trilha sonora (Gravidade) muito merecido, afinal, conseguiu harmoniosamente adicionar musica a um lugar silencioso, sem deixar que continuasse assim. Complementando o significado visual e ampliando seu efeito.
     Quanto a Alfonso Cuarón, não há dúvidas de que realizou um grande sucesso. Um diretor que teve seu primeiro computador a 5 anos, o que acredito ter sido este um fator crucial para os efeitos do filme. Cuarón não sabia o que era possível ser feito, e fez o impossível. Talvez ele tenha mesmo filmado o longa no espaço como brincou o repórter Carlos Pérez, pois gravidade é hoje o melhor filme de efeitos especiais, não há como não se impressionar, e um dos melhores filmes já feitos, é claro que tem os seus erros científicos, mas por se tratar de uma ficção cinematográfica, é perdoável.
     Original, silencioso, com uma história simples mas profunda. Teve dez indicações ao Oscar, e ainda levou sete. Não sabemos se o mais impressionante é o visual sensacional ou a trama envolvente que interage com o público. Nos sentimos dentro do filme, que foi feito sem dúvida para ser visto em 3D.
     Acredito que muito mais que uma ficção cientifica é um filme para se refletir, refletir sobre a beleza do universo, refletir o quanto pequenos somos, refletir no que temos aqui, dar valor a quem temos. Afinal, quem nos espera aqui na terra? Um filme que para descrevê-lo, palavras são poucas, deixemos então que as cenas e as impressões falem por nós.


Novo Trailer de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past)
Unknown16:31 0 comentários




No futuro, os mutantes são caçados impiedosamente pelos Sentinelas, gigantescos robôs criados por Bolívar Trask (Peter Dinklage). Os poucos sobreviventes precisam viver escondidos, caso contrário serão também mortos. Entre eles estão o professor Charles Xavier (Patrick Stewart), Magneto (Ian McKellen), Tempestade (Halle Berry), Kitty Pryde (Ellen Page) e Wolverine (Hugh Jackman), que buscam um meio de evitar que os mutantes sejam aniquilados. O meio encontrado é enviar a consciência de Wolverine em uma viagem no tempo, rumo aos anos 1970. Lá ela ocupa o corpo do Wolverine da época, que procura os ainda jovens Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender) para que, juntos, impeçam que este futuro trágico para os mutantes se torne realidade.
Data de lançamento do filme: 21 de Maio de 2014


Confiram o novo trailer legendado:


Primeiro trailer legendado:

quarta-feira, 19 de março de 2014

Week-end à Francesa (1967)
Unknown14:25 0 comentários


“Desafiador”, “barulhento”, “crítico” e “impressionante”, seriam as palavras certas para definir Weekend, de Godard.  Todos, ou grande parte, reconhece a genialidade de Godard, assim não desconfiando dessa genialidade, resolvi compreender melhor sua obra, comecei a pensar no que a torna tão genial.  Sem dúvidas os filmes do brilhante diretor não são fáceis de se entender, partindo do sentido de que o verdadeiro expectador não é aquele que apenas assiste ao filme pacificamente, mas sim o que tenta desvendá-lo ou menos dialogar com a obra. Antes de falar propriamente do filme, gostaria de deixar claro que minha crítica, comentário, review ―como preferirem― Não é uma análise científica, até porque não sou especialista nisso. 
Weekend é um filme feito aos moldes Nouvelle Vague, explicando rapidamente, foi um movimento artístico do cinema francês, as principais características são: uma montagem inesperada, original, sem concessões à linearidade narrativo, marcada também por um estilo mais politizado.
A obra é baseada no conto inesquecível "A Auto-estrada do Sul", de Júlio Cortázar. Embora não seja uma representação fiel do conto, Godard consegue evocar os principais elementos da narrativa do Cortázar.  O filme narra a trajetória de dois jovens que estão tentando chegar a uma casa de campo, nesse percurso, eles encontraram diversos personagens com que vão criar diálogos diversos, críticos e extremamente interessantes. Os personagens em si são muito bem construídos, na verdade, eles encaixam-se perfeitamente no filme. 
Weekend vai falar sobre o apocalipse automobilístico, tanto que o filme se passa em uma estrada (rodovia). Ao decorrer do longa são apresentadas as consequências e caos causados por essa automobilização desenfreada: carros tombados, pegando fogo, pessoas mortas e afins. 
Uma das cenas que marcou o filme é a do engarrafamento quilométrico, em que inúmeros carros estão parados na estrada, buzinando, pessoas gritando, outras paradas na estrada relacionando-se.  A cena demonstra exatamente a relação dos automóveis e o caos, é extremamente longa e barulhenta, na verdade, o filme é muito barulhento, salvo cenas em que há diálogos mais sérios e alguém cantando.
O filme, brilhantemente, crítica à sociedade consumista e hedonista, à banalização da vida, à falta de respeito e ao etnocentrismo. A crítica da obra é construída não só pelo roteiro e direção, mas também pela montagem que, aliás, é arquitetada por meio de símbolos e alegorias. O uso das cores, tomadas rápidas, lentas, os cenários, a edição caótica, extraordinária e até mesmo enigmática fazem a grandeza do filme.



terça-feira, 11 de março de 2014

O Lobo de Wall Street (2013)
Unknown12:38 0 comentários



Qual o problema da nossa sociedade? A leviandade, a solidão, a aceitação, o prazer, a fúria, as drogas, o sexo, seriam esses nossa nova “punição” ou esses seriam nossos novos valores?
O que esperar de um filme de Martin Scorsese com Leonardo DiCaprio, entre outros nomes e rostinhos conhecidos? O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street), sob a direção de Scorsese, consegue em 3 horas de filme apontar e questionar os problemas da nossa sociedade, claro, usando e abusando dos recursos cinematográficos. O filme e o best-seller foram baseados nas memórias de Jordan Belfort, o personagem principal. O que aparentemente seria um roteiro comum sobre a vida e os desejos insanos de mais um milionário, na verdade. é desafiador, corajoso e cheio de “sacanagem”.
O filme conta a história de um corretor de ações, Jordan Belford, (Leonardo DiCaprio) que começa sua carreira em uma das tão cobiçadas empresas de investimentos de Wall Street. Belford descobre a chave do sucesso (drogas e sexo)² por meio dos ensinamentos do seu chefe, Mark Hann (Matthew McConaughey). Conseguindo, assim, ser o mais novo corretor de Wall Street. No entanto, o repentino sucesso é ameaçado pelo fechamento da empresa após a temível Black Monday. O corretor tenta dar a volta por cima trabalhando em uma empresa de fundo de quintal que lida com finanças de baixo valor. Motivado a aumentar os lucros, Belfort cria sua nova empresa, Stratton Oakmont, isso junto com seu vizinho Donnie (Jonah Hill) e outros velhos amigos. Os lucros são proporcionais as loucuras dos corretores.
O visionário, louco e sem dúvidas motivador Jordan Belfort ganhou as telas pela interpretação marcante de Leonardo DiCaprio. O ator parece ter encontrado mais um papel certo, tão certo que lhe rendeu mais uma indicação ao Oscar de melhor ator. Todas as cenas de Leonardo são ótimas, é claro, que algumas de fato são o motivo do tão merecido Globo de Ouro, como melhor ator de comédia ou musical. Uma dessas cenas é o discurso de aposentadoria. O ator encarna o próprio Jordan Belfort e leva sua equipe a loucura.
O Lobo de Wall Street, como já dito, parece ser um roteiro comum, mas, na verdade, Martin Scorsese deixou claro que nossa sociedade é marcada pelo exibicionismo, pelo hedonismo. Scorsese fez um filme ousado, sem medo de dizer a verdade. Para muitos o longa não passa de um filme muito extenso cuja pornografia não surpreende. Mas é exatamente essa a questão que torna o filme sensacional. O diretor, assim como nos seus outros longas, traz a crítica para perto do espectador, faz uma crítica quase sutil, como se fizesse piada dos acontecimentos.
Uma das “brincadeiras” em Lobo de Wall Street é a justiça volta para casa de metro. O agente do FBI (Kyle Chandler), o representante da justiça, mesmo cumprindo seu dever corretamente, com honestidade, ainda mais por não aceitar o suborno oferecido por Belfort, continua sua vida comum, sem exageros e sem dinheiro. O que nos faz levantar uma série de questões. Afinal, a justiça volta de metro, de trem, de coletivo.
Quando se trata de falar de um filme do Scorsese, nunca é fácil. O diretor tem suas inúmeras câmeras, seu jeito particular de criticar, além dos filmes serem repletos de elementos semióticos, personagem que beiram a loucura, uma montagem peculiar e com certeza o modo excêntrico de se fazer Cinema.
Em suma, se você assistiu ao filme e acha realmente que é uma pornografia barata, recomendo que assista de novo. Ou se você já assistiu várias vezes e não concorda. Deixa um comentário. 

sexta-feira, 7 de março de 2014

300 - A Ascensão do Império (2014)
Yasmin Farias16:02 1 comentários



           Assisti a esse estimulante filme e não há como não deixar meu comentário, então aqui vai.
           300 A Ascensão do Império dá sequência a épica história das Guerras Médicas, retratada no filme 300 (remake de Os 300 de Esparta). Essa continuidade dada depois de oito anos é desenrolada ao mesmo tempo em que Leônidas e seus 300 espartanos enfrentam bravamente o Império Persa.
Este filme, no entanto, nos esclarece o início dessa guerra, o desdobramento da 1° Guerra Médica, em que o Rei Persa, Dário I, lança seu poderoso exército sobre a Grécia. Atenas, porém, sob a liderança de Temístocles (Sullivan Stapleton), saiu vitoriosa no que ficou conhecido como a Batalha de Maratona. Temístocles, contudo mesmo saber ter vencido a batalha, ao avistar o Rei Dário e seu filho Xerxes, foi invadido por um sentimento de glória e ego, e neste ínterim lançou uma flecha matando assim o Rei Dário, um ato, que soube no mesmo momento, que traria uma eminente consequência, da qual se arrependeria até o fim de seus dias.
Xerxes (Rodrigo Santoro), após a morte de seu pai volta como um Deus, obcecado em invadir e destruir as cidades gregas num ato de vingança. O que se segue é o ponto em que já conhecemos, a 2°Guerra Médica. Enquanto Leônidas e seus valentes espartanos são derrotados, após uma intensa resistência, os exércitos do resto da Grécia se unem para uma batalha contra as tropas de Artemísia (Eva Green), uma vingativa grega que comanda a marinha persa. Diferente do primeiro filme, o cenário desse se passa no Mar Apogeu.
A história agora vocês já conhecem, mas o que dizer do desenrolar do filme? Um filme que não falta ação, mas que são mantidas na dose certa, as cenas de batalhas são estupendas, principalmente as tomadas e efeitos de câmera que o diretor Noam Murro engenhosamente utilizou durante todo o filme, "pausar" um filme acelerado são para poucos, tenho certeza que os efeitos em 3D deixou os corações dos telespectadores palpitantes.
Quanto à adaptação do filme no que se refere a alguns exageros do diretor como o então rei persa Xerxes, não possuir pelos e sua excêntrica roupa ou a falta dela, o que seria uma realidade muito diferente dos persas, ou exageros em cenas de lutas. Quem foi que disse que filme tem que ser real? Que tem quer ser a cópia perfeita do que se sucedeu? Filme é uma ficção, mesmo baseado em fatos reais. Até porque este é um filme para os fãs das HQs de Frank Miller.
Um roteiro que explora a mitologia grega de uma maneira diferente e interessante, que acolhe o publico de uma maneira sútil e ao mesmo tempo constante. O que não pode deixar esquecido também é a narração do filme pela voz da Rainha Gorgo (Lena Headey) descrevendo de maneira poética parte da história.

          Estratégia, liderança e força são os sopros do vento que levam as velas desse filme a sua magnificência.


terça-feira, 4 de março de 2014

Take5